Duas facções são alvo, nesta quarta-feira, do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). A ofensiva ocorre simultaneamente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Um traficante português também é investigado. Até o momento, 23 pessoas foram presas.
A Operação Squadrone é coordenada por policiais da 2ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico. São 100 agentes gaúchos e mais 90, dos outros três estados. Eles cumprem 31 mandados de prisão, 40 ordens de busca e 26 bloqueios de contas bancárias.
De acordo com o delegado Rafael Liedtke, que comandou a investigação, os suspeitos integram grupos criminosos com base no RS e em SC. Eles teriam se unido para frear o avanço de uma terceira facção na região Sul.
“A ofensiva teve como alvo a coalisão entre duas das maiores facções do Sul do Brasil. Um dos motivos dessa união entre traficantes gaúchos e catarinenses foi contrapor uma terceira facção, que tomou conta do tráfico de drogas no Paraná. A aliança deles ocorreu como tentativa de frear o crescimento desse outro grupo na região Sul”, destacou o delegado Rafael Liedtke.
O diretor geral do Denarc, delegado Carlos Wendt, destaca que a ação tem o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
"Através da integração entre a Polícia Civil dos quatro estados e, principalmente, o apoio logístico fornecido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, através da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência, foi possível realizar a operação à nível nacional", afirmou.
As diligências no estado gaúcho ocorrem em Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Triunfo, Sapucaia do Sul e Rio Grande. Ordens também são cumpridas em Foz do Iguaçu e Miguel do Iguaçu, no Paraná, além de Ribeirão Preto e Itaquaquecetuba, em São Paulo.
Outros mandados são feitos em Santa Catarina. Há cumprimento de ordens em Balneário Arroio do Silva, Balneário Rincão, Balneário Camboriú, Criciúma, Içara, Itajaí, itapema, Joinville, Navegantes, Penha e Tubarão.
O início
A investigação começou há 15 meses, quando foram detidos um homem catarinense e uma adolescente, do Paraná. Na ocasião, a dupla foi flagrada enquanto vendia drogas no bairro Intercap, em Porto Alegre.
Foi constatado que o casal integrava uma rede de tráfico interestadual. Segundo a polícia, o esquema consistia na associação criminosa entre duas facções, sendo uma de Santa Catarina e outra, com base no Vale do Sinos.
A suspeita é que traficantes gaúchos e catarinenses se uniram em uma espécie de consórcio, que incluía aquisição em conjunto de armas e drogas em Foz do Iguaçu, no Oeste paranaense. Eles também compartilhavam a distribuição dos ilícitos.
O lucro do tráfico era destinado para contas de empresas de fachada, localizadas no Paraná e em São Paulo. Uma casa de câmbio, em Santa Catarina, e revendas automotivas gaúchas também foram utilizadas na lavagem de dinheiro.
O foco dos suspeitos seria o tráfico de cocaína e crack. Em um intervalo de 15 dias, os criminosos teriam movimentado mais de R$ 5 milhões com a venda das drogas.
Alvos da ação
Um dos principais investigados é um traficante português naturalizado brasileiro, que atualmente cumpre pena em Portugal. Ele vendia as drogas em seu perfil nas redes sociais e, com os lucros do tráfico, ostentava vida de luxo.
Outro suspeito é um apenado da Penitenciária Estadual De Rio Grande. Mesmo preso, ele negociava a venda de skunk, droga que também é conhecida como ‘supermaconha’.
O diretor de investigações do Denarc, delegado Alencar Carraro, enfatiza que o departamento desenvolve continuamente investigações contra as facções criminosas que atuam no RS.
"A sociedade gaúcha pode ter a certeza de que os criminosos que se dizem organizados serão combatidos arduamente, sendo empregados todos os recursos disponíveis", afirmou Carraro.
Fonte:R7