Elon Musk retira selo de verificação de milhares de usuários do Twitter, e nem superfamosos escapam

 



Nem Donald Trump, nem Justin Bieber, nem Cristiano Ronaldo foram poupados. Na quinta-feira (20), o Twitter começou a remover maciçamente o selo azul de verificado dos usuários que não aderiram ao programa Twitter Blue.

O dono da rede social, Elon Musk, que pagou US$ 44 bilhões pela companhia (cerca de R$ 235 bilhões na cotação de outubro de 2022, quando a aquisição foi concluída), tinha prometido se desfazer do símbolo azul, que chegou a descrever como um sistema que diferenciava os usuários entre "nobres e vassalos". E o bilionário cumpriu a promessa no mesmo dia em que o Starship, seu superfoguete, explodiu no ar durante um voo de teste.

Como alternativa, Musk passou a vender o selo a qualquer um que pagasse US$ 8 mensais (R$ 40) pelo programa Twitter Blue, uma manobra que, segundo o empresário disse no ano passado, "vai democratizar o jornalismo e empoderar a voz das pessoas".

Hoje, milhares de perfis com amplo reconhecimento público, como os de celebridades e políticos, e também os de muitos jornalistas, apareceram sem o símbolo de verificação.

O selo desapareceu de perfis de celebridades como Cristiano Ronaldo, Bill Gates e Lady Gaga, e de muitos jornalistas, acadêmicos e ativistas. Até mesmo a conta @jack, do fundador da rede social, Jack Dorsey, está sem o selo azul.

Agora, apenas quem assinar o programa Twitter Blue poderá ter o símbolo de verificado, cuja cor muda segundo a natureza do perfil, além de outros benefícios, como escrever tuítes ou publicar vídeos mais extensos e editar publicações dentro do prazo de 30 minutos.

O senador americano Brian Schatz chamou a atenção para possíveis consequências na confiança do público em caso de tragédias e desastres.

"Realmente deveria haver uma maneira de verificar que os gestores de emergências são reais nesta rede, ou os impostores causarão sofrimento e morte", tuitou.

"Não estou reclamando de meu próprio selo de verificado, apenas acho que, durante desastres naturais, é essencial saber que a Fema é realmente a Fema", acrescentou, ao se referir à Agência Federal para o Gerenciamento de Emergências dos Estados Unidos, que emite alertas em caso de eventos como furacões e fortes tempestades.

A eliminação dos selos nesta quinta-feira se soma a uma disputa entre o Twitter e várias organizações de notícias que reclamaram de terem sido etiquetadas como "afiliadas ao Estado" ou "financiadas pelo governo". Sobre esse assunto específico, a rede social fez uma nova atualização em sua plataforma nesta sexta (21) e removeu também o selo de verificação dessas mídias afiliadas ao Estado.

Rádios públicas como a NPR, dos Estados Unidos, a CBC, do Canadá, e a Sveriges Radio, da Suécia, já tomaram a decisão de abandonar a rede social.

A polêmica aquisição do Twitter por Elon Musk também resultou na demissão de milhares de funcionários da plataforma e na saída de anunciantes.

Além disso, os usuários se queixam que os discursos de ódio e desinformação têm proliferado na rede social e que perfis com posturas extremas estão ganhando terreno por causa de uma menor moderação de conteúdo.

Neste mês, um prognóstico detalhado mostrou que as receitas do Twitter com publicidade podem cair bastante em 2023.

Fonte:R7