Após abrirem 2023 em disparada, vendas do comércio apresentam estabilidade em fevereiro

 



Depois de saltar 3,8% em janeiro, a maior variação para o mês desde 2000, o volume de vendas do comércio perdeu ritmo e caiu 0,01% em fevereiro, mostram dados revelados nesta terça-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Mesmo com a oscilação negativa, o setor permanece em um patamar 3% acima do nível de fevereiro de 2020, o último mês sem os efeitos da pandemia de Covid-19 na economia nacional.

Na comparação com fevereiro de 2022, houve alta de 1%, sétimo resultado positivo consecutivo no índice, enquanto no indicador dos últimos 12 meses a alta foi de 1,3%, segundo os números da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio).

Cristiano Santos, gerente responsável pela pesquisa, explica que a perda de fôlego do setor varejista é uma consequência de um período de Black Friday e Natal com desempenho ruim. Em janeiro houve recuperação no volume de vendas devido às promoções no varejo, que não se mantiveram em fevereiro, o que provocou recuo em alguns segmentos.

"Além disso, um cenário de inflação estável em alguns setores importantes para a nossa pesquisa, como a alimentação em domicílio, que impacta a atividade de hiper e supermercados, ajuda a entender os resultados observados em fevereiro”, destaca Santos.

Segmentos

Em fevereiro, a variação negativa no mês foi acompanhada por seis das oito atividades que fazem parte do comércio varejista, de acordo com os números apresentados pela PMC (Pesquisa Mensal do Comércio).

Entre os principais recuos aparece o ramo de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%), que representa mais de 40% do peso da pesquisa. Além disso, os segmentos de tecidos, vestuários e calçados (-6,3%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-10,4%) se destacaram negativamente no mês.

Para Santos, os segmentos de tecidos, vestuário e calçados e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação são duas atividades de alta volatilidade, cujas vendas variaram muito nos últimos meses. 

"Um fator que ajuda a explicar esse cenário é que janeiro foi um mês de muitas promoções, como estratégia de grandes empresas desses setores após novembro, com a Black Friday, e dezembro, com o Natal, terem sido meses de baixa. Promoções que não seguiram para fevereiro", observa o gerente.

Por outro lado, os grupos de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (+1,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (+4,7%) apresentaram os únicos resultados positivos em fevereiro.

Santos explica que fevereiro é o mês em que parte dos medicamentos tem liberação para um aumento regular, e isso se reflete no volume de vendas. Já a alta em livros, jornais, revistas e papelaria pode ser explicada principalmente pelos artigos relacionados ao material pedagógico.

Fonte:R7