A Polícia Federal (PF) vai ouvir nove militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre o ataque extremista às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro. Os depoimentos serão tomados às 10h e às 14h deste domingo (23). A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última sexta-feira (21), a PF ouviu o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias. Em depoimento, o ex-chefe disse que todas as pessoas que aparecem nas imagens no 3º andar do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, já foram identificadas e os nomes, enviados pelo atual ministro interino, Ricardo Cappelli, ao ministro Alexandre de Moraes.
Dias afirmou também que teria prendido o militar que entregou água aos manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro. Ele fez a afirmação ao ser questionado sobre a conduta do major José Eduardo Natale de Paula Pereira, que foi filmado por câmeras de segurança dentro do prédio durante os atos extremistas.
Antes da afirmação, o ex-ministro ponderou e disse que o episódio "deve ser analisado pelas circunstâncias e os motivos do major". O ex-ministro do GSI também classificou como "absurdo" não ter participado de reuniões com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. A pasta era chefiada por Anderson Torres, preso há mais de três meses em Brasília por suspeita de omissão em relação aos atos extremistas de 8 de janeiro.
O general pediu demissão do cargo de chefia do GSI após as filmagens terem mostrado a atuação dele no Planalto, durante o ataque à sede do Executivo. Cappelli assumiu a pasta de forma interina e disse que vai tornar públicas todas as imagens dos atos de vandalismo do 8 de Janeiro. Segundo ele, o material também será enviado ao Supremo Tribunal Federal.
"Continuaremos trabalhando no GSI amanhã [sábado (22)], a partir das 9h, para dar cumprimento às determinações do ministro Alexandre de Moraes. Enviaremos ao STF o material solicitado e tornaremos públicas todas as imagens do dia 8/1", comentou nas redes sociais.
Uma das missões do novo chefe do GSI é fazer um raio-X na pasta para identificar se algum servidor colaborou com a ação dos vândalos que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro.
"Ao convidá-lo para assumir interinamente o GSI, uma das coisas que ele [Lula] solicitou é, sim, fazer um raio-X, uma avaliação de qualquer pessoa que tenha tido alguma participação nos atos terroristas do dia 8 de janeiro. Quem participou, mobilizou, fez parte, financiou aqueles atos terroristas, esteja trabalhando onde estiver, não ficará com as mesmas responsabilidades durante o governo do presidente Lula", declarou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Fonte:R7