Um casal de idosos, moradores do Parque da Liberdade, em Americana, perdeu mais de R$ 4 mil ao cair no golpe do falso WhatsApp. O golpista se passou pelo filho das vítimas e os pagamentos foram realizados nesta sexta-feira (24) e sábado (25). O caso foi comunicado à Polícia Civil neste domingo (26).
Segundo consta no Boletim de Ocorrência, a vítima, uma mulher de 61 anos, recebeu uma mensagem na sexta-feira (24) de uma pessoa se passando pelo seu filho e, apesar do número estar diferente, ela acreditou ser o familiar por conta da imagem do perfil e da história que o golpista criou, de que trocou de aparelho, por isso o número novo.
Durante a conversa, o estelionatário afirmou que precisava de dinheiro e a idosa, acreditando ser o filho, fez um Pix de R$ 600. Ela também foi convencida a pagar um boleto bancário de R$ 1.415.
No sábado, as conversas continuaram e o golpista, fingindo ser o familiar, continuou a pedir dinheiro, alegando que devolveria todo o valor. Neste dia a idosa fez mais um Pix de R$ 1 mil e o seu marido de 62 anos fez outra transferência de R$ 1 mil de sua conta.
Mais tarde a mulher conseguiu falar com o filho e percebeu que tinha sido enganada por um estelionatário. O casal procurou a delegacia de Americana neste domingo e um boletim de ocorrência foi registrado.
As vítimas, que tiveram um prejuízo de R$ 4.015, foram orientadas quanto ao prazo decadencial para representar a queixa crime e assim dar continuidade a abertura do inquérito policial. Feito isso, o delito será investigado pela Polícia Civil.
Entenda como funciona o golpe do WhatsApp clonado
Em uma série de crimes, golpistas têm clonado o WhatsApp de usuários e se passam pelo dono da conta para pedir que conhecidos da vítima façam uma transferência bancária emergencial.
Em 2019, o laboratório de segurança digital da empresa PSafe registrou 413.240 tentativas de clonagem do WhatsApp no Brasil, média de 47 por hora.
De acordo com a empresa PSafe, o golpe funciona assim: o hacker tenta entrar no WhatsApp com o número do alvo escolhido. Neste momento, um código de liberação é enviado pelo aplicativo para o celular da vítima.
Tudo que o criminoso precisa fazer é dar um jeito de enganar a pessoa para que ela lhe diga o código.
Ao digitar o código de liberação, o criminoso passa a ter acesso ao WhatsApp e à lista de contatos do alvo clonado, mas não às mensagens trocadas antes da clonagem – essas ficam armazenadas no celular clonado. O dono real do aparelho perde o acesso à conta.
Os bandidos então passam a abordar amigos da lista de contato do dono do celular, perguntando se estavam ocupados e pedindo que fizessem uma transferência.
DICAS
O WhatsApp recomenda a ativação da verificação em duas etapas. Se a conta foi roubada, é preciso entrar de novo no WhatsApp e inserir o novo código de segurança recebido pelo SMS. A pessoa que estiver usando a conta indevidamente será desconectada.
Porém, se o WhatsApp pedir o PIN (senha criada ao ativar a confirmação em duas etapas), então é possível que o golpista tenha ativado a medida de segurança. É preciso aguardar sete dias para poder acessar a conta sem o código.
Não passe seu código de confirmação, recebido por SMS quando se instala o WhatsApp, por exemplo, para ninguém.
Troca de aparelho
Outro golpe comum que tem ocorrido com bastante frequência e menos engenhoso que o anterior, em que o hacker precisa conseguir o número de segurança, é quando o estelionatário, com um número frio, se passa por algum familiar.
Nesse caso, o golpista coloca como perfil do WhatsApp os dados de algum parente e, se passando pelo familiar, dispara mensagens avisando que teria trocado de número por algum motivo.
Após pedir para o familiar salvar o novo número, o golpista inicia a conversa e pede para transferir dinheiro ou pagar alguma conta que está em aberto, justificando estar sem dinheiro ou sem acesso a conta no momento. Nesse caso, sempre busque confirmar pessoalmente ou com chamada em vídeo com a pessoa antes de fazer alguma transferência. Também vale verificar se a conta para qual está transferindo o dinheiro realmente pertence ao familiar, caso contrário, fique alerta para o golpe.
Fonte:O LIBERAL