O adenovírus pertence a uma família de vírus que comporta aproximadamente 60 subtipos deles, podendo causar diversas doenças que podem afetar diferentes partes do corpo.
Entre os exemplos mais comuns estão resfriados, bronquite, laringite, pneumonia, hepatite, episódios de diarreia e até conjuntivite, como explica o pediatra do Hapvida NotreDame Intermédica, Maiton Fredson Lopes.
“O adenovírus acontece de forma sazonal, causando doenças respiratórias e evolui com uma conjuntivite. Temos visto nas emergências, principalmente, crianças com quadro de febre, coriza e tosse, associadas à conjuntivite”, afirma.
O pediatra também comenta que os sintomas persistem por até 14 dias e o tratamento é sintomático. “Tratamos cada um dos sintomas. Se a criança apresenta coriza e febre, indicamos lavagem nasal e antitérmico”, exemplifica.
Transmissão do adenovírus
Para evitar a transmissão, o especialista do Hapvida NotreDame Intermédica orienta que o infectado deve respeitar o isolamento. “A criança não deve frequentar a escola por até sete dias após o término dos sintomas, pois ela transmite o adenovírus pelo contato. Ou seja, pode ocorrer o contágio ao espirrar ou pelo contato com as gotículas que ficam sobre a superfície”, explica.
Ele acrescenta que a má higiene também eleva o risco de contágio. “A má higienização das mãos - no caso de adenoviroses que tomem o intestino - podem contaminar alimentos, levando à infecção oral-fecal, que é muito comum”, sinaliza.
Prevenção
Diante desses riscos, Lopes frisa que a prevenção é a melhor forma de interromper o ciclo da doença. Assim, cita algumas medidas simples: “No caso do doente, é preciso ter boa higiene, evitar o contato com outras pessoas e não espirrar ou tossir perto de pessoas saudáveis. Já no caso de quem não está doente, caso tenha contato com alguém que está infectado, é preciso utilizar máscara, lavar bem as mãos, usar álcool em gel e fazer a correta lavagem de alimentos”, indica.
E por se tratar de uma doença do aparelho respiratório, que pode causar inflamações, é preciso cautela. “O adenovírus pode levar à pneumonia bacteriana, otite e sinusite que precisam ser combatidos com o uso de antibiótico, pois são doenças sobrepostas”, afirma o pediatra.
Por fim, Lopes faz uma alerta em relação às crianças e aos imunodeprimidos. “Em pessoas com HIV e câncer, os sintomas podem ser mais graves. Assim como em crianças, que não tem uma memória imunológica formada. Portanto, crianças abaixo de 6 anos ainda adoecem mais facilmente de doenças virais, como o adenovírus. Essa incidência também aumenta no final do ano, devido ao início da quadra chuvosa”, conclui.