Condenação de padre Leandro será analisada pelo Tribunal de Justiça

 



A Vara Criminal de Araras determinou o envio do processo que condenou o ex-reitor da Basílica Santo Antônio de Americana, Pedro Leandro Ricardo, por abusos sexuais para o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). A segunda instância do Judiciário vai analisar os recursos da defesa e do Ministério Público, autor da ação contra o religioso.

Demitido da igreja em março por determinação do Papa Francisco, Leandro foi condenado em maio a 21 anos de prisão pela Justiça de Araras. Em julho, após uma reanálise da sentença, a pena foi reduzida para 19 anos.

A ação do Ministério Público acusou Leandro de abusos sexuais contra quatro coroinhas em episódios ocorridos entre 2002 e 2006, durante sua passagem pela Paróquia São Francisco de Assis, em Araras. A Justiça, entretanto, considerou apenas dois casos para a condenação.

Em decisão publicada no início deste mês, o juiz Rafael Pavan de Moraes Filgueira, de Araras, recebeu as apelações apresentadas pela Promotoria e pela defesa de Leandro, e determinou que o caso seja enviado ao TJ para ser julgado por desembargadores.

No recurso apresentado logo após a sentença, o MP busca aumentar a pena e convencer a Justiça para que Leandro seja condenado pelo abuso dos quatro coroinhas, e não de apenas dois.

Em primeira instância, a sentença entendeu que os crimes apontados pela Promotoria em relação a dois coroinhas foram de potencial ofensivo menor, uma contravenção penal, e que a punição para estas acusações já prescreveu. Os casos envolvem episódios em que Leandro teria passado a mão no corpo das vítimas, inclusive nos genitais.

A defesa de Leandro já se manifestou no processo em relação ao recurso do MP, considerando-o “incabível”. O advogado Paulo Sarmento, que representa o ex-reitor da basílica, diz considerar que o juiz de Araras “agiu dentro dos limites legais” ao desclassificar o crime de atentado violento ao puder para importunação, e reconhecer a prescrição, mas que pretende reverter a condenação.

“Nós iremos recorrer em apelação de todos estes fatos pois cremos na inocência do padre Leandro. Cremos que o recurso do MP para reverter a prescrição será inócuo”, afirmou ao LIBERAL. Leandro responde em liberdade e já afirmou que as acusações são uma forma de vingança de desafetos.


Fonte: O LIBERAL