Cresce 282% o número de mulheres eletricistas na CPFL Energia em 2022

 



Frases como “lugar de mulher é na cozinha” ou “mulher nasceu com o sexo frágil” ainda fazem parte do vocabulário de parte da sociedade, incluindo o mercado de trabalho. Apesar disso, cada vez mais as mulheres avançam por setores profissionais que, antes, eram majoritariamente masculinos. Elas superam preconceitos, ofensas e discriminações, mas não desistem e servem como referência para as próximas gerações.

Porém, a desigualdade de gênero ainda apresenta números alarmantes no Brasil, principalmente no âmbito profissional, apesar de serem maioria no país (51% de toda a população – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres ainda ocupam apenas 44% dos postos de trabalho. Além disso, a remuneração delas chega a ser 17% menor do que a dos homens na América Latina, de acordo com informações da Organização Internacional do Trabalho.

Os papéis de gênero ainda influenciam as escolhas profissionais, por isso, algumas profissões ainda são vistas como femininas ou masculinas.

Para Rodrigo Ronzella, diretor de Recursos Humanos da CPFL Energia, as organizações têm um papel fundamental para que esses estereótipos sejam quebrados. “Não basta apenas a mulher querer, ela precisa ter o espaço para isso e as empresas são responsáveis por criar essa realidade”.

O Grupo CPFL Energia, percebendo a necessidade de ações que profissionalizassem as mulheres para o setor, criou turmas exclusivas no curso de eletricistas para elas em várias cidades da sua área de atuação, viabilizando este crescimento. De 2020 para 2021, a presença feminina como eletricista passou de 5 para 29 na empresa. Hoje, elas já passam de 110 eletricistas de campo, espalhadas por várias regiões.

“Nossos cursos gratuitos já eram mistos, mas percebemos que existia uma resistência em entrar em uma sala para aprender uma profissão vista como masculina, ainda mais com outros homens. Criar as turmas exclusivas para mulheres acendeu um alerta de, “poxa, eu também posso”, e despertou uma visão de futuro entre elas”, afirma Ronzella.

Julia Santos é eletricista profissional de campo, neta, filha e irmã de eletricistas homens e, agora, a primeira mulher da família a conquistar uma vaga na profissão. “Minhas referências foram eletricistas, mas não via essa abertura no mercado. A turma exclusiva foi essencial para que eu conseguisse conquistar meu sonho e, hoje, além de formada, faço parte do quadro de funcionários da empresa, trabalhando com mulheres e homens, de igual para igual”, afirma Júlia.

Ronzella explica que não basta abrir as portas e dizer que tem espaço para mulheres, é preciso viabilizar tudo isso. “Para receber as mulheres nos cursos e na empresa como eletricistas de campo, revisamos nossos planos, realizamos readequação de estrutura com banheiros femininos, vestiários e toda estrutura que antes não existia, justamente por não ter mulheres”.

No do profissional Eletricista, as mulheres mostram que o lugar delas é onde elas quiserem, inclusive nas alturas, arrumando uma rede de alta tensão, por exemplo.