Inflação do aluguel ganha ritmo, e contratos com vencimento em julho serão reajustados em 10,7%

 




IGP-M (Índice Geral de Preços  Mercado), responsável pelo reajuste da maioria dos contratos de aluguel vigentes no Brasil, voltou a ganhar força após três meses de desaceleração e saltou 0,59% em junho, de acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira (29) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

A alta mensal corresponde a uma aceleração em relação ao avanço de 0,52% registrado em maio, e o indicador acumula elevação de 10,7% nos últimos 12 meses, percentual que será usado para reajustar as locações com vencimento no mês de julho.

Na prática, os inquilinos que pagam mensalmente um aluguel de R$ 1.500 passarão a ter que desembolsar R$ 1.660,50 (+R$ 160,50) todos os meses para seguir morando no mesmo imóvel. Para evitar o reajuste significativo, a dica é renegociar o aumento diretamente com o proprietário do imóvel.

Mesmo com a aceleração mensal, o índice acumulado de 12 meses é inferior ao usado para corrigir os contratos vencidos neste mês (+10,72%), movimento que mantém a tendência de queda apurada desde maio de 2021, quando o IGP-M apresentava variação de 37% para as locações com aniversário em junho, e coloca ao indicador no menor patamar desde julho de 2020.

O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.

Diante da diferença entre os indicadores, algumas imobiliárias já usam a inflação oficial para reajustar os novos contratos de aluguel. Para quem deseja fugir da alta considerável, a melhor orientação é negociar a melhor forma para evitar que os pagamentos pesem no bolso de inquilinos e proprietários.

Composição

Na passagem de abril para junho, a aceleração do IGP-M foi justificada pela alta em ritmo maior do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que variou 0,3%, após alta de 0,45% registrada em maio. 

Para André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, os destaques para o resultado foram o óleo diesel (de 3,29% para 6,96%), o leite in natura (de 7,47% para 4,4%) e os automóveis (de 0,57% para 2,31%). 

"Mesmo com tais pressões, a taxa em 12 meses do índice ao produtor seguiu em desaceleração, alcançando o seu menor patamar desde julho de 2020, quando acumulava alta de 9,27%", analisa Braz.

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que subiu 0,71% em junho, ante 0,35% em maio, teve alta menor de seis das oito classes de despesa componentes do índice. Já o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) subiu 2,81% em junho, ante 1,49% em maio.

Fonte:R7