Testemunha se torna informante em 5º dia de júri da boate Kiss

 



No quinto dia de júri dos quatro réus acusados pelo incêndio na boate Kiss em Santa Maria (RS), o primeiro depoimento da manhã deste domingo (5) é do engenheiro civil Thiago Flores Mutti, de 46 anos. Ele chegou ao júri na condição de testemunha de Mauro Hoffman, mas passou a informante por responder a um processo de acusação por falsidade ideológica.

Mutti informou ao juiz Orlando Faccini Neto que o processo está em tramitação nos primeiros minutos do julgamento. Com isso, ele não firmou o compromisso do depoimento previsto para as testemunhas.

“Em 2009, minha irmã era sócia e proprietária [da boate Kiss], eu fui o engenheiro que acompanhou as obras. Fomos chamados à Polícia Civil para prestar esclarecimento. Passei a responder por dois processos: um saiu a sentença e fomos absolvidos. O outro está para sair a sentença. Estou aqui para esclarecer tudo o que for necessário. Participei das obras em 2009 e estou à disposição para responder”, disse Mutti ao juiz. 

A primeira testemunha transformada em informante pelo juiz foi Gianderson Machado da Silva. A mudança ocorreu na sexta-feira (3), quando a filha do funcionário da empresa que fazia a manutenção dos extintores da boate Kiss fez uma publicação nas redes sociais em que se manifestou sobre o julgamento. Silva seria ouvido como testemunha de acusação do Ministério Público.

Também deve ser ouvida neste domingo a vítima Delvani Brondani Rosso.

Júri

julgamento começou na quarta-feira (1º) e não têm uma data definida para terminar. Os depoimentos têm durado entre duas e cinco horas. Em função disso, o Ministério Público propôs que cada parte reduzisse o número de testemunhas e vítimas. A proposta foi apresentada no plenário e aceita pelo juiz.

Este é considerado o maior tribunal do júri da história do Rio Grande do Sul e um dos mais importantes do país. 

Quatro réus são julgados pela morte de 242 pessoas e pela tentativa de homicídio de outras 636 que ficaram feridas no incêndio ocorrido em Santa Maria (RS). Dois deles são ex-sócios da boate, e os outros dois, músicos da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local e pôs fogo no teto.

Fonte:R7