Professores de escolas particulares de São Paulo entrarão em greve a partir de quinta-feira (11), caso as atividades nos colégios não sejam suspensas. A paralisação foi decidida em assembleia realizada no sábado (6). Consideradas serviços essenciais, escolas tiveram aval para continuar abertas mesmo na fase mais grave da pandemia no Estado de São Paulo.
O Sinpro (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) reivindica que o retorno ao trabalho presencial só ocorra após a testagem de toda a comunidade escolar e o fornecimento de máscaras profissionais, do tipo PFF2, que protegem mais contra o novo coronavírus. O sindicato também pede divulgação imediata dos casos de contaminação nas escolas.
A decisão pela greve ocorre em meio à alta de internações pela covid-19 no Estado de São Paulo. As escolas continuaram abertas, mesmo na fase vermelha da quarentena, a mais restritiva, mas alguns colégios já decidiram suspender ou restringir as atividades presenciais considerando o grave momento da doença em São Paulo.
Segundo o Sinpro-SP, manter exclusivamente as aulas remotas "é uma medida urgente e necessária diante da escalada da pandemia e da aceleração na taxa de contágio". O sindicato deve enviar nesta segunda, 8, uma carta ao sindicato patronal com as reivindicações. Se a negociação não avançar, a greve terá início na quinta, informa o Sinpro-SP.
Como o Estadão mostrou, as escolas particulares de São Paulo se dividem entre restringir atividades ou manter o atendimento presencial como ocorria antes da mudança de fase. Alguns colégios como o Equipe, na região central, decidiram suspender as aulas presenciais neste momento.
Outros, como o Santa Cruz, reduziram o atendimento presencial e pediram que os pais só levem às crianças à escola em caso de "extrema necessidade". Há ainda escolas que não alteraram o grupo de alunos atendidos - como o Colégio Bandeirantes, na zona sul.
Na semana passada, cresceu a pressão de professores pela manutenção do ensino remoto nas escolas privadas. Docentes do Colégio Oswald de Andrade, na zona oeste, por exemplo, enviaram carta à escola em que dizem trabalhar com pavor.
Procurado, o presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), Benjamin Ribeiro, disse acreditar que a proposta de paralisação dos professores não terá adesão. Segundo ele, há um entendimento de que "deixar a criança fora da escola é pior do que a própria doença". Ribeiro também destaca que casos nas escolas têm origem em contaminações fora do ambiente escolar. O Sieeesp diz orientar que as escolas só atendam os estudantes que mais precisam.
O número de infecções em escolas estaduais e particulares parou de ser informado pela Secretaria Estadual da Educação. A pasta havia prometido divulgação semanal desses dados, mas não há atualização dos números desde o dia 16 de fevereiro, quando a Seduc apontou haver 741 casos de covid-19 em colégios da rede pública e particulares.
Fonte:R7