O presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia, afirmou nesta quarta-feira (30) que o abastecimento em postos de combustíveis deve levar, pelo menos, uma semana. Apesar de os caminhões-tanques terem chegado a alguns postos, o consumidor final ainda levará alguns dias para abastecer com tranquilidade.
"A distribuição estará melhor até domingo, mas não é possível dizer que a situação estará normalizada", afirmou em entrevista ao R7. "O consumidor começa a reabastecer até domingo, porém as condições normais de abastecimento devem ser estabilizadas até quarta-feira (6)."
Nos primeiros dias dessa semana, mesmo após a publicação das medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer para atender às reivindicações dos caminhoneiros, muitos protestos continuavam a bloquear as rodovias do país e os postos seguiram sem combustível.
"Não se conseguia comprar o produto, muitos postos só operavam com a escolta policial. Agora já começamos a ter postos funcionando. Isso porque as distribuidoras trabalharam a noite toda", disse o presidente. Segundo ele, mesmo com a tendência de normalização, o esvaziamento dos postos ocorre rapidamente.
"O motorista chega sem nada, abastece e o posto já fica zerado", diz. A consequência dessa demanda intensa por combustível é que muitos postos que receberam carregamentos na madrugada ficam sem combustível no dia seguinte e se veem obrigados a interromper o serviço.
De acordo com estimativas do SincoPetro, na terça-feira (29), cerca de 350 postos operavam com combustível. Nesta quarta-feira (30), já operam com combustível cerca de 500. Na Grande São Paulo, existem 2.900 postos, segundo a entidade. "A chegada de caminhões com combustível deve ganhar bastante força nos próximos dias."
O sindicato alerta, no entanto, que nem todos os postos abastecidos em um dia estarão com combustível no dia seguinte. Isso porque há uma espécie de revezamento entre os seviços nos últimos dias. "Temos notado uma volta dos caminhoneiros ao trabalho", disse Gouveia.
A entidade afirmou que ainda não consegue estimar o prejuízo causado em decorrência da paralisação. "Ainda faremos um cálculo sobre o volume entegue normalmente e o que foi entregue essa semana", afirmou.
Distribuição
Por meio de nota, a associação que representa empresas do setor de distribuição de combustíveis e lubrificantes, a Plural, informou que o abastecimento está voltando à normalidade em todas as regiões do país devido ao trabalho feito em conjunto com os Ministérios da Defesa, de Minas e Energia, da Segurança Institucional e da Casa Civil, além das forças de segurança dos governos estaduais.
Segundo a Associação, a circulação de caminhões-tanque chega a 60% da movimentação normal nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste. "Bases prioritárias como São Paulo, Paulínia (SP), Betim (MG), Caxias (RJ), Araucária (PR) e Canoas (RS) elevaram em cerca de 200% o número de carregamentos e entregas aos postos de combustíveis", declarou em nota.